14 de dez. de 2009

MOT.


A fome voltou. Por elas. Para preencher minha vida tão vazia, cheia de tédio. Sento, pego um livro '' a rua da minha vida'', juntamente com a solidão e a sensibilidade, leio versos dos quais fazem meu coração chorar por não acreditar na capacidade de serem tão lindos. E milhares de versos gritam da minha alma e saem arrancando-se de minhas entranhas. Assim como escorre de meu sexo fluidos de sangue tão raivosos, se desentranham de meu útero e descem tão bravamente me causando dores insuportaveis. Leio e a dor, e o desconforto desaparecem. Celular vibra. Nos falamos por minutos. Vou pra casa. Ponho os pés na rua e caí de forma inesperada, uma sutil chuva e seus finos pingos, repousam em meu corpo tão castigado. (...) Enfim, estou só e melancólica, cólica mesmo. Queria os braços mais confortáveis do mundo para me abraçarem e me abrigarem até e ultima estrela desaparecer. (...)
Foi para matar a saudade, abracei e descarreguei em ti, palavras. E eu as agradeço. Minha alma cresceu mais um centímetro. E sinto uma gota de perseverança. Palavras, obrigada por fazer amor comigo enquanto não posso fazer com minha amada. És minha amante, palavra.
E me dá semelhante prazer. Pois toca, assim como ela, minha alma.
Não sei qual das duas amo mais.
Você preenche quando ela não está.
E quando ela está, preenche você.
Você me dá alívio.
Mas, ela me dá amor.
Concluo que amo mais a ela.
Que é por causa dela que você existe, palavra.


faire de l'amour avec les mots