
Ah, eu havia dito que era perigoso.
Mais uma vez o mesmo erro cometido.
Porque você não entende meu silêncio?
Ou meu abraço? És cega, certamente!
Faz tudo pra me agradar, não?
E quando vais fazer o que tu queres fazer?
É o teu querer fazer que eu espero.
Em vão, coitada.
Vai embora, vai logo!
(pausa)
Você foi.
Quatro minutos depois.
Eu também fui; à sua procura.
Coitada de mim, repito
{é que não consigo não te amar}
A parada estava vazia.
Procurei teu rastro, como uma armadilha.
Que eu caísse em ti, quis eu!
Segui, na outra parada (aquela bem longe)
Não estava lá.
A armadilha não funcionou. Ou quase.
Pois fui arrastada na volta.
Minhas pernas tremiam, e
Meu peito doía. E eu chorava.
Coitada, coitada de mim.
Mas quando vai acontecer, bem meu?
Dar-me! Dar-me! Dar-me, quando TU QUISERES!